sexta-feira, 27 de abril de 2012


agonia de jesus no getsêmani - parte 2



MESMO SENDO O CÁLICE ALGO HORRÍVEL, ELE NÃO RETROCEDEU. V39.



          Vimos que Jesus estava profundamente apavorado pela situação que se achava. Por isso, buscou a Deus em oração. É neste trecho que examinaremos o que tanto o perturbava. Que aflição tão grande era esta a ponto de suar sangue?

Jesus se refere a esse suplício como um “cálice” amargo pelo qual ardentemente ora que, se possível, passasse dele para que não tenha de bebê-lo.
 
Que cálice é esse?

ü  Será um sofrimento físico do qual deseja desviar-se, a tortura do açoite e a cruz juntamente,

ü  talvez seja a zombaria das pessoas,

ü  seria a traição de Judas?

ü  Será que o nosso mestre estava com medo de morrer?

Realmente, que cálice é esse? Que o nosso Senhor se angustiou tanto que chegou até suar sangue?

Para mim, tudo que foi dito acima, não faz parte do cálice que Jesus iria tomar.  É ridículo pensar que ele estava com medo da dor, do insulto e da morte.

Exemplos de pessoas que não temeram a morte.

        “Sócrates, na cela de um cárcere em Atenas, segundo o relato de Platão, tomou o cálice de cicuta “sem tremer nem mudar de cor ou expressão”. Então, ele “levou o cálice aos lábios, e alegre e tranquilamente o sorveu”. Quando seus amigos começaram a chorar, eles o repreendeu por seu comportamento ‘absurdo’ e instou com eles a que ‘se aquietassem e fossem fortes’. Ele morreu sem temor, pesar e protesto”. Sócrates seria mais corajoso que Jesus?

         No período apostólico, quando os discípulos sofriam por causa de Cristo, o que eles faziam? Regozijavam-se, alegravam-se por serem dignos de sofrer por Jesus. (Paulo, Pedro, Estevão)

       No período pós - apostólico, no século II, o bispo de Esmirna, que era Policarpo, com oitenta anos de idade recusou-se a escapar da morte pela fuga ou pela negação de Cristo, foi queimado na fogueira. Mas antes, de acender-se o fogo, ele disse:” ó pai, bendigo-te por teres-me achado digno de receber a minha porção entre o número dos mártires”. 

       O nosso Senhor constantemente dizia: “quando forem injuriados, insultados ou perseguidos, regozijem-se, alegrem-se, pois dos tais são o Reino de Deus“. 

       Será que Jesus não praticava o que pregava? Que cálice era esse que o Senhor não queria beber?

 A ira de Deus.
         Esse era o cálice que Jesus deveria tomar, ou melhor, tomou. O cálice não simbolizava a dor física de ser açoitado nem a morte na cruz, nem mesmo a rejeição do seu próprio povo. Antes, era a agonia espiritual de levar os pecados do mundo. Em outras palavras, suportar o juízo divino que esses pecados mereciam. 

Como sabemos que o cálice se refere a ira de Deus.

       O Antigo Testamento confirma que esta é a interpretação correta. Tanto a literatura poética quanto os livros proféticos relataram que o cálice do Senhor era um símbolo regular da ira de Deus. Jó 21:20: “seus próprios olhos devem ver a sua ruína, e ele, beber do furor do Todo-Poderoso”. Os ímpios iriam beber do cálice da ira do Senhor. Ez 23:32-34 “Beberás o copo da tua irmã, fundo e largo; servirá de riso e escárnio; pois nele cabe muito. Encher-te-ás de embriaguez e dor; o copo de tua irmã Samaria é copo de espanto e desolação. Tu o beberás, e esgotá-lo-ás ...”. O Senhor usa o profeta Ezequiel, para advertir Jerusalém de que em breve ela teria o mesmo destino de Samaria, que fora destruída. O Salmo 75:8 “Porque na mão do Senhor há um cálice... dele dá a beber... a todos os ímpios da terra”.  Uma passagem semelhante a esta é Jeremias 25:15 “toma da minha mão este cálice do vinho do meu furor e darás a beber dele todas as nações às quais eu te enviar”. A mesma figura de pensamento acontece no último livro da Bíblia, Apocalipse 14:10 “beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura do cálice da ira...”.

   Portanto, com todas essas referências podemos afirmar plenamente, o cálice que Jesus estava preste a beber, era a ira de Deus.  Jesus conhecia todas essas passagens e sabia que o cálice que lhe era oferecido, era justamente o que continha à ira de Deus, a qual era preparada para os ímpios.

       Será que teremos ou temos a mesma coragem que os homens de Deus na história tiveram? Foram queimados, acoitados, presos... Cristo suportou a ira de Deus por sua causa. Ele morreu numa cruz por causa de seus pecados. Ele tomou o seu lugar. O propósito do amor de Deus é salvar o pecador perdido, e ele cumpriu este alvo enviando seu único Filho para morrer em teu lugar. Não haveria outro modo de Deus salvar o homem. Foi preciso Deus se encarnar, assumir forma de homem para apaziguar a ira de Deus. Cristo é a propiciação pelos nossos pecados, ou seja, Deus ficou satisfeito pelo sacrifício de Jesus.


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